R. D. M. 10 anos de idade, sexo masculino, católico, natural de Bom Jesus, nível de escolaridade ensino fundamental, com antecedentes patológicos na família de cardiopatia, acompanhado de sua genitora. Ao exame físico: couro cabeludo integro e limpo, face simétrica, escleras anictéricas, mucosas oftálmicas normocoradas, pavilhão auricular integro e limpo, cavidade nasal sem desvio de septo aparente, cavidade oral integra, região cervical sem nódulos palpáveis, tórax simétrico com expansibilidade preservada, murmúrios vesiculares presentes, ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2 tempos, abdome plano indolor a palpação, genitália não inspecionada, extremidades aquecidas e perfundidas, pele com turgor e elasticidade mantida, membros inferiores e superiores sem alteração, força motora e tônus muscular preservados, diurese presente e dejeções ausentes a 5 dias (SIC).
O paciente deu entrada na unidade, provindo do município de Bom Jesus em ambulância, com queixa principal de dor abdominal e Hiperglicemia, onde teve o diagnóstico médico de diabetes tipo I após exames laboratoriais, o mesmo passou a fazer controle glicêmico antes das refeições e utilizando quando necessária insulina regular e NPH, a genitora passou a ser orientada quanto à manipulação do glicosímetro e administração de insulina conforme prescrição médica. Para cessar com a dor abdominal devido a constipação foi utilizado 1 colher de óleo mineral via oral uma vez ao dia, onde seguiu aos cuidados de enfermagem.
Prescrição Médica:
Dieta DM;
SF 0,9 % 300 ml, EV 8/8 hs;
Dipirona 1,5 ml, EV 6/6 SOS;
Plasil 1 ml, 8/8 SOS;
Insula NPH – Aplicar 11U antes do café da manhã e 5U antes do jantar;
HGT antes do café da manhã, do lanche da manhã, do almoço, do lanche da tarde e do jantar;
Insulina regular SC conforme esquema (Mais de 80 a 250 – 2U; de 251 a 300 – 4U e de 301 a 350 – 6U);
Sinais vitais 6/6 hs;
Em casos de sintomas de hipoglicemia fazer HGT;
Se Glicemia menor que 50, dar 10g de açúcar diluído em um pouco de liquido. Se houver redução de nível de consciência, chamar plantonista e não oferecer líquido V.O;
Treinar a mãe para fazer HGT e aplicação de insulina;
Óleo mineral – 1 colher de sopa 3 vezes ao dia V.O;
Exames Laboratoriais e Imagem
Paciente: R. D. M
Idade: 10 anos
Sexo: Masculino
HEMOGRAMA
Eritrograma
Valores obtidos Valores normais
Hemácia 4,0 milhões/mm3 4,6 a 4,8 milhões/mm3
Hemoglobina 12,0 g/dl 12,0 – 16,0 g/dl
Hematócrito 36,3% 35,0 – 45,0 %
V.G.M 90,8 mm3 80,0 – 100,0 mm3
H.G.M 30 % 25,0 – 35,0 %
C.H.G. M 33,1 g/dl 31,0 – 36,0 g/dl
Leucograma
Valores obtidos Valores normais
Segmentados 39% 1500 – 7000/ul
Eosinófilos 9% 35 – 500/ul
Linfócitos Típicos 44% 800 – 4000/ul
Monócitos 8% 100 – 1000/ul
Plaquetas
Valores obtidos Valores normais
Plaquetas 32,5000 mil/ mm3 150 – 500 mil/mm3
Exames de eletrólitos
Valores obtidos Valores normais
Glicose (Plasma) 238 mg/dl 60 – 99 mg/dl
Cloro sérica 141 mg/dl 135 – 148 mg/dl
Sódio sérico 141 mmol 135 – 145 mmol
Potássio sérico 4,5 mg/dl 3,5 – 5,0 mg/dl
Magnésio 2,1 mg/dl 1,6 –a 2,4 mg/dl
Fosfatase Alcalina 348 U/L Até 15 anos 75 á 300 U/L
TGO 21 U/L 38 U/L
TGP 8 U/L 50 U/L
Bilirrubina Total 0,40 mg/dl Até 1,2 mg/dl
Bilirrubina Direta 0,16 mg/dl Até 0,4 mg/dl
Bilirrubina Indireta 0,23 mg/dl Até 0,8 mg/dl
Alimase 60 U/L < 90 U/L
Proteína C Reativa Sérico < 6 mg/dl
Sumário de Urina
Valores obtidos Valores normais
Volume 30 ml 20 á 50 ml
Cor Amarelo citrino Amarelo citrino
Aspecto Límpido Límpido
pH 5,0 5,5 á 7,0
Densidade 1025 1015 á 1030
Urobilinogenio Ausentes Ausentes
Proteínas Ausentes Ausentes
Corpos cetonicos +++ Ausentes
Bilirrubina Ausentes Ausentes
Hemácias Ausentes Ausentes
Nitrito Ausentes Ausentes
Glicose 343 mg/dl + 60 – 99 mg/dl
EXAMES DE IMAGEM
Ultrassonografia de Abdome Total
Análise:
• Fígado com forma, contornos e demissões normais eco textura homogênea. Sistema porta e veias hepáticas com arquitetura preservada.
• Ausência de dilatação das vias biliares intra ou extra-hepáticas.
• Vesícula biliar em topografia habitual, distendida com conteúdo anecóide habitual de paredes lisas e finas, sem evidencias de cálculos no seu interior.
• Pâncreas com contornos regulares, ecogenicidade habitual e dimensões normais.
• Baço com dimensões normais, contornos regulares e ecogenicidade homogênea.
• Rins tópicos, com formas normais, dimensões habituais, relação córtex-medular preservada, sem evidencias de cálculos no seu interior.
• Exame ecográfico sem alterações.
Adaptado de ARAUJO ET al. Estudo de Caso Sobre Diabetes Mellitus Tipo I. Barreiras-Bahia: Faculdade São Francisco de Barreiras, 2010.
Devemos ter cuidado com o uso do óleo mineral, pois, o uso a longo prazo pode compromoter a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).
Também devemos encaminhar o paciente para orientação de reeducação alimentar, para melhor equílibrio alimentar e melhora na saúde do paciente e também para tentar resolver o problema de constipação.
Referências:
Katzung, B. G, Farmacologia Básica & Clínica 9ª edição;
Tratamento e Acompanhamento do Diabetes mellitus; Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – 2007
Educação do paciente com DIABETES mellitus
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes tipo 1 é uma das mais importantes doenças crônicas da infância na esfera mundial.
O principal processo de aprendizado é aquele que treina o paciente diabético a fazer decisões efetivas no seu autocuidado e utilizar o sistema de saúde como recurso quando for necessário.
A Associação Americana de Educadores em Diabetes (AADE) sugere a aplicação de oito medidas de avaliação comportamental para identificar a qualidade dos resultados obtidos com um programa de educação efetivo
prática de exercício regular;
mudança de hábito alimentar;
boa adaptação psicossocial;
adesão à posologia da medicação;
automonitorização da glicemia capilar;
redução dos riscos das complicações crônicas;
capacidade de corrigir hipo e hiperglicemias;
automanejo nos dias de doenças rápidas, viagens e situações especiais.
Referências: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
As mães estão envolvidas no cuidado diário com o filho e elas enfrentam dificuldades para colaborar com o regime de tratamento e controle do diabetes. Tais dificuldades estão relacionadas a vários fatores: reestruturação de o cardápio alimentar da família, motivação do filho à prática de exercícios físicos, adaptação escolar, relacionamento com os demais irmãos e relacionamento com a equipe de saúde. Essas situações de dificuldades indicam que as mães precisam de apoio e suporte para lidar com os filhos diabéticos.
Dessa forma, os profissionais de saúde deveriam levar em conta algumas recomendações para assistência à criança e adolescente diabéticos:
– Formação e capacitação de equipes multiprofissionais especializadas para atender as crianças e adolescentes diabéticos tipo 1, o que exigirá esforços conjuntos entre instituições públicas e privadas.
– Intensificação de programas de educação em diabetes visando à redução de internações e prevenção das complicações advindas da doença, ou pelo menos, seu protelamento naqueles casos em que as complicações não puderem ser evitadas. Tratando-se de crianças e adolescentes que se encontram na fase inicial da doença, esta ação deve ser prioritária.
– Fortalecimento e ampliação de grupos de educação em diabetes, que motivem as mães para uma participação efetiva, dando oportunidade de elaboração dos problemas enfrentados com os filhos.
– Reconhecimento do enfermeiro, enquanto profissional da equipe de saúde, responsável pelo acompanhamento domiciliar das famílias com crianças e adolescentes diabéticos, comprometido com a educação e treinamento em relação aos aparelhos e recursos utilizados no domicílio.
– Desenvolvimento de eqüidade ao atendimento às famílias de crianças e adolescentes diabéticos tipo 1, através de apoio para que estas possam lidar com a criança portadora de doença crônica.
– Promoção de campanhas de esclarecimento junto à população através da imprensa escrita e falada, detecção precoce de diabetes, entre outras.
– Desenvolvimento de pesquisas no sentido de identificar os fatores que possam favorecer ou interferir no aprendizado das crianças e adolescentes para a auto-aplicação de insulina.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Maria LZ, Isabel ACM. Análise das dificuldades relacionadas às atividades diárias de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1: depoimentos de mães. Rev. Latino-Americana de Enfermagem,v.9, n.6, nov.2001
LOCAL DE ALPICAÇÃO DA INSULINA:
O rodízio nos locais de aplicação é muito importante na prevenção de lipodistrofia, além de garantir melhor absorção. Segundo as recomendações da Associação
Americana de Diabetes (ADA) de 2005, devemos esgotar as possibilidades de aplicação em uma mesma região, distanciando as aplicações aproximadamente 2cm uma
da outra. O rodízio de forma indiscriminada causa variabilidade importante na absorção, dificultando o controle glicêmico.Sendo as regiões mais recomendadas para aplicação da insulina: abdôme, coxa, braço e nádegas.
O rodízio nos locais de aplicação é muito importante na prevenção de lipodistrofia, além de garantir melhor absorção. Segundo as recomendações da Associação
Americana de Diabetes (ADA) de 2005, devemos esgotar as possibilidades de aplicação em uma mesma região, distanciando as aplicações aproximadamente 2cm uma da outra. O rodízio de forma indiscriminada causa variabilidade importante na absorção, dificultando o controle glicêmico.Sendo as regiões mais utilizadas para aplicação da insulina: coxa, abdome, braço e nádegas.
Referências: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
MONITORAMENTO DO DIABETES MELLITUS
Após o Diabetes Mellitus ser diagnosticado e o tratamento iniciado, alguns pontos devem ser considerados:
– Manter-se livre das internações;
– Manter-se em boa saúde e sentindo-se bem;
– Permitir-se fazer coisas que pessoas de sua idade usualmente fazem;
– Permitir-se viver uma vida longa, operante e feliz;
– Permitir-se crescer e desenvolver-se normalmente.
Para conseguir atingir esses objetivos é necessário aprender a cuidar de seu Diabetes, através da automonitorização (controle domiciliar), que são testes simples e rápidos para a avaliação dos níveis de glicemia (glicose no sangue), da glicosúria (glicose na urina) e da cetonúria (cetonas na urina). Esses cuidados têm papel fundamental no controle do Diabetes Mellitus.
As tiras reagentes para glicosúria baseiam-se na quantidade de glicose existente na urina, através da variação da cor na área reagente. Esses testes avaliam indiretamente a glicemia. A glicose se detectada na urina, quando os níveis de glicemia atingem 160 a 180 mg/dl ou mais. Os testes de glicosúria não detectam uma possível hipoglicemia, portanto, recomenda-se a substituição dos testes de glicosúria pelos de glicemia, que são bem mais precisos e confiáveis, principalmente para o Diabetes Tipo 1.
A cetonúria serve para indicar que, quando o paciente não está tendo insulina suficiente, o organismo lança mão da queima de gorduras para tentar obter a energia que não foi conseguida com a utilização de glicose. Formam-se então os corpos cetônicos, que passam para a urina e sinalizam que o diabetes está descontrolado.
A presença de cetonas na urina é um sinal importante de que a situação metabólica está fora de controle. Por isso é preciso procurar um médico para descobrir o que está acontecendo de errado no controle glicêmico, pois a situação geralmente exige correções de conduta terapêutica.
Os testes de cetonúria são indicados sempre que os níveis glicêmicos estiverem mais altos (glicemia acima de 250 mg/dl) e em todas as situações que possam afetar o controle glicêmico (doenças, estresse físico e emocional).
A medida da glicemia é o teste mais importante, pois reflete o nível exato de glicose no sangue em um momento específico. Primeiro é preciso furar o dedo para se obter uma gota de sangue, que deverá ser colocada na área de reação da fita reagente. A glicose contida no sangue reage com os produtos químicos da área reagente desenvolvendo uma coloração ou uma intensidade de corrente elétrica, a qual proporcionará a quantidade de glicose que existe no sangue.
A pessoa com Diabetes bem orientada quanto à monitorização, certamente não entrará em coma, seja hipoglicêmico ou hiperglicêmico, além de aprender diariamente como melhor lidar com seu diabetes. A monitorização laboratorial é muito importante para ver como anda o controle do Diabetes.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Sociedade Brasileira de Diabetes: Diabetes Tipo I – Monitorização
Deve haver um cuidado na preparação da insulina NPH, recomendar o paciente ou o seu responsável que os frascos fechados de insulina devem se armazenados em geladeira (2° a 8°C), fora da embalagem térmica, na gaveta dos legumes e o conteúdo aberto ou fechado devera ser utilizado no período de 30 dias. O frasco devera ser retirado da geladeira de 10 a 20 minutos antes da aplicação para garantir melhor conforto, reduzindo assim a irritação no local, pois a insulina gelada causa dor após a aplicação. A orientação em relação armazenamento do produto e muito importante, pois se a insulina for congelada ela será inutilizada, podendo causar danos ao paciente.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
As necessidades diárias de insulina variam de acordo com as características de cada paciente: idade, rotina diária, padrão alimentar e se o mesmo ainda possui capacidade de produzir pequenas porções de insulina. Por isso, muitas vezes os médicos prescrevem o uso dessas insulinas em uma espécie de combinação para atender às necessidades de início, pico e duração da ação.
O tratamento intensivo clássico é o que utiliza duas doses de neutral protamine Hagedorn (NPH), com três doses de insulina regular.
Insulina regular, é de ação rápida, leva cerca de 30 minutos para iniciar sua ação, alcançando seu pico máximo depois de 2 a 3 horas. A insulina NPH, é de ação intermediária, cuja ação se inicia em cerca de 1 hora e meia e atinge o pico máximo após 7 horas.
Quando se utiliza insulina regular é necessário considerar que ela demora em torno de 30 minutos para começar a agir, mas os pacientes tendem a aplicá-la na hora da refeição. Isso contribui para hiperglicemias pós-prandiais e hipoglicemias no período entre as refeições, pois a regular atingirá seu pico no horário em que a alimentação já foi metabolizada.
A insulina NPH tem duração de mais ou menos 24 horas, pico de absorção mais demorado, junto com a insulina regular haverá pico de absorção mais rápido durando em torno de 36 horas.
Referência bibliográfica: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
O Diabetes na Adolescência
O diabetes mellitus tem um pico de incidência na adolescência e, por outro lado, geralmente representa um período de difícil controle da doença, motivo pelo qual é necessário que haja uma abordagem específica e multiprofissional pela equipe de saúde. Alguns estudos indicam que o pior controle metabólico do diabetes na adolescência gera um maior número de internações hospitalares por cetoacidose e uma maior incidência de retinopatia.
A dificuldade de controle da glicemia na adolescência, geralmente maior que na infância e na idade adulta, tende a ser mais evidente em meninas e, com frequência, há um ganho excessivo de peso associado. A dificuldade de controle metabólico nessa época da vida deve-se a vários fatores, tanto fisiológicos quanto psicossociais.
Quanto à estratégia para controlar o diabetes na adolescência, citam-se a intervenção farmacológica e o apoio psicossocial.
Do ponto de vista farmacológico, é indicado o tratamento intensivo, com múltiplas doses de insulina ou com o sistema de infusão contínua de insulina (“bomba de insulina”), juntamente com a monitorização frequente da glicemia capilar. Além disso, recomenda-se uma alimentação equilibrada e cuidadosamente planejada, com o objetivo de se obter uma melhora do controle metabólico, sem aumentar o risco de hipoglicemia grave, o que reduz o risco de complicações em longo prazo.
Uma opção para algumas situações específicas é o tratamento adjunto com a metformina, medicamento cujo efeito hipoglicemiante deve-se à diminuição da liberação hepática de glicose e do aumento da sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina.
Os planos alimentar e de insulinoterapia devem ser prescritos levando-se em consideração o nível de atividade física do adolescente. Nesse sentido, ressalta-se a importância que a atividade física regular e supervisionada tem, não só para o controle glicêmico, mas para o bem-estar e prevenção de outros fatores de risco cardiovascular. A monitorização glicêmica deve ser individualizada para o tipo de exercício e cuidados devem ser tomados para se evitar eventos hipoglicêmicos durante e após a atividade física (o que pode ocorrer muitas horas depois).
É de grande importância que haja uma boa interação entre o diabético, sua família e a equipe multiprofissional.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Sociedade Brasileira de Diabetes.
Dr. Rafael Mantovani
Médico Especialista em Endocrinologia Pediátrica. Membro da Divisão de Endocrinologia da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da UFMG
Professora esse comentário é do artigo certo ,porque o outro foi do outro artigo de diabetes melitos, a gente acho que era aquele.Os titulos são iguais.
-> AUTOMONITORIZAÇÃO DOMICILIAR DAS GLICEMIAS:
A automonitorização (AM) domiciliar das
glicemias hoje se constitui num procedimento
altamente eficaz no controle metabólico
dos pacientes diabéticos. Tanto no diabetes
tipo 1 quanto no tipo 2, a AM é importante
quando se visa ao bom controle metabólico.
Vários glicosímetros estão disponíveis no
mercado, todos altamente confiáveis.
Quando usamos o esquema basal/bolo
no tratamento do indivíduo diabético tipo 1,
com insulinas de ação lenta + insulinas ultrarápidas
(UR) pré-prandiais, idealmente seria
conveniente que a AM fosse realizada no
mínimo antes de cada refeição, para que o
paciente corrigisse sua glicemia calculando a
dose da insulina ultra-rápida. Do ponto de vista
prático, cada unidade da insulina ultra-rápida
baixa a glicemia em torno de 40 a 50mg/dl.
Nesse esquema basal/bolo, como regra geral
o paciente toma sua insulina pré-prandial
com base em sua ingesta de carboidratos
(contagem de carboidratos) + x unidades
para baixar sua insulina para 150mg/dl.
Por exemplo, num almoço o paciente
vai ingerir quatro contagens de carboidrato
(seriam quatro unidades da UR), e nesse momento
sua glicemia se encontra em 250mg/dl
(então ele vai adicionar mais 2Um de UR com
o objetivo de baixar sua glicemia de 250 para
150mg/dl: 4Um + 2Um = 6Um).
Infelizmente uma minoria das pessoas
diabéticas se automonitoriza dessa maneira,
que logicamente seria a ideal. Por motivos variados, desde a inconveniência do método
até por questões financeiras, a maioria dos
pacientes não aceita essa rigidez no controle
das glicemias. Talvez no futuro, com métodos
menos invasivos, a aderência seja bem maior.
Como uma forma alternativa, principalmente
quando o controle do diabetes está
estável, podemos utilizar AM apenas uma a
duas vezes ao dia, sempre variando os horários
(oito horários alternativos) e, dessa forma,
corrigir as doses de insulina UR e lenta até
obter o controle metabólico desejado. Lembrar
que as dosagens das glicemias pré e duas
horas pós-prandiais são importantes para que
o controle glicêmico seja feito durante todo o
período das 24 horas.
Nos pacientes que estão sendo tratados
com bomba de infusão contínua, a AM é imprescindível
para que haja um bom controle
metabólico. Na grávida diabética, bem como
no diabetes gestacional, a AM se faz extremamente
importante para se obter o bom controle
e, conseqüentemente, evitar as complicações
para a mãe e o feto.
Os horários mais importantes para a AM
são jejum, 2 horas após o desjejum, antes do
almoço, 2 horas após o almoço, antes do jantar
e duas horas após o jantar, ao deitar e ocasionalmente
às 3 horas da madrugada para
checar se o paciente não está fazendo hipo
ou hiperglicemia nesse horário.
A automonitorização no paciente diabético
tipo 2 é tão importante quanto no tipo 1,
pois ela nos mostra o grau de controle das glicemias
pré e pós-prandiais e, ao mesmo tempo,
funciona como um fator educativo para o
paciente, pois qualquer transgressão alimentar ou omissão de uma refeição se refletirá em
hiper ou hipoglicemia.
O ajuste do tratamento farmacológico
com hipoglicemiantes orais ou insulina, ou
ambos, será baseado na automonitorização.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
O diabetes Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta que produzem insulina, havendo necessidade de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Pois, sem insulina, a glicose não consegue chegar até as células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração.
As principais manifestações clínicas são: vontade de urinar diversas vezes, fome freqüente, sede constante, perda de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náusea, vômito.
Exame de imagem realizado: A Ultra-sonografia de abdome total é um exame de diagnóstico por imagem onde não utiliza radiação e que avalia alterações dos órgãos abdominais como o fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, rins e trato gastrointestinal. Para que esses órgãos possam ser bem visualizados é necessário a realização de um preparo do paciente antes do exame ser feito, como:
– Jejum de no mínimo 8 horas;
– Ingerir dieta leve, de preferência líquida, na véspera do exame;
– Tomar um laxante leve na véspera do exame;
– Tomar gotas de dimeticona na véspera, que auxiliam na eliminação dos gases.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Sociedade Brasileira de Diabetes Disponível em: http://www.diabetes.org.br Acessado em 09 de maio de 2011.
BONTRAGER, K. Manual Prático de Técnicas e Posicionamento Radiográfico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
Educação para pais e provedores
A diversidade de problemas enfrentados pelos pais está relacionada a aplicação de insulina e mudanças de doses,
plano alimentar, automonitorização e dinâmica familiar.Pais inseguros tendem a apresentar filhos estressados e com grande labilidade do controle glicêmico. A inclusão dos pais nos programas de educação é fundamental para a melhora do controle da criança, visto que mais de 70% das crianças aprendem o autocuidado com os pais e podem receber informações inadequadas por vícios de erros.
Educação para a comunidade
A participação de escola, professores e clubes de esporte é fundamental para o suporte adequado à criança diabética. O desenvolvimento de programas educacionais
que envolvam material e cursos voltados à comunidade escolar deve ser um objetivo constante do médico assistente e das sociedades organizadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
A orientação nutricional e o estabelecimento
de dieta para controle de pacientes com diabetes mellitus (DM) associados a mudanças no estilo de vida, incluindo a atividade física, são considerados terapias de primeira escolha segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Esta associação provoca uma melhora na sensibilidade à insulina, diminui os níveis plasmáticos de
glicose, reduz de forma expressiva a circunferência abdominal e a gordura visceral, melhorando o perfil metabólico com redução nos níveis do LDL (colesterol ruim) e aumento do HDL( colesterol bom).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) – 2007
Terapia Não- farmacológica
O acompanhamento nutricional e indicado para todos os pacientes. Para indivíduos com DM tipo 1 deve-se enfatizar a administração regular de insulina e de uma dieta equilibrada a fim de alcançar e manter um peso corporal saudável. A maioria dos pacientes requer um plano alimentar com uma quantidade moderada de carboidratos e poucas gorduras saturadas. A ênfase e uma refeição balanceada.
Um aumento da atividade física e benéfica para a maior parte dos pacientes. O exercício aeróbico pode melhorar a resistência a insulina e o controle glicêmico, alem de reduzir os fatores de risco cardiovasculares, ajudar a perder ou manter o peso e aumentar o bem-estar. Deve-se iniciar os exercícios lentamente em pacientes com historia de sedentarismo.
Wells, B.G., et al; Manual de Farmacoterapia. 6o Ed; São Paulo: McGraw-Hill, 2006
teste de tolerancia a glicose ttg
glicemia jejum 144,00
glicosúria negativo
glicemia após 12 min …. 238,00
glicosúria……………….positivo
gostaria de saber se esse resultado é diabete? obrigada pela resposta.
Sim, são indicadores de diabetes. Porém, outros exames são necessários, como a curva glicêmica, por exemplo!